Ela se apressa. Sobe tão rápido a ladeira, que mal consegue respirar quando chega, enfim, na parada. Todos os dias, depois do café, ela sai de casa adiantada. Mesmo assim corre.
Antes do ônibus chegar ela acompanha o vai e vem dos pequenos que se empurram nos balanços e imagina os planos dos namorados que passeiam bem ali, na pracinha em frente a parada.
Em poucos minutos, ela se balançará até a faculdade de Química. Mas sem companhia. Ela seguia só.
O que as pessoas não sabiam é que naqueles instantes antes do ônibus passar, ela sonhava. Uma manhã ela saiu apressada, mas não entrou, como de costume, no ônibus. Ficou ali, sentada na praça. Um rapaz se aproximou. Frio na barriga. A partir desse dia, ela nunca mais subiu só a ladeira até a parada.
Kemi Oshiro
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